4.12.12

plim!


Tudo começou em uma liquidação de lãs de uma loja em frente ao ponto de ônibus, e então há alguns anos atrás comecei a fazer pompons de lã. Fiz dezenas deles, pensando em transformá-los em um tapete. Logo a idéia foi totalmente abolida, ao ver que meu cãozinho Haroldo via cada pompom como um inimigo a ser estraçalhado, estragando horas de trabalho em alguns segundos. Os pompons foram ficando em uma fruteira, em cima da mesa, por meses. Cores que escolhi a dedo, retalhos de lã pela casa, tesouras sempre a mão. Daí fui embora para o Canadá, e os pompons ficaram. Foram guardados, por falta de coragem de jogar fora. Tão fofos, tão lindos, mesmo sem serventia nenhuma (e não são assim as coisas mais fofas e lindas?). Voltamos e no meio de tantas caixas deixadas, de tantas coisas que nem lembrávamos que tínhamos e muitas outras que preferia nem ter mais (tipo aquelas cartas de contas que temos que guardar por infinitos anos para nada), estava lá um saco, cheio dos meus pompons empoeirados. Toma deixá-los no sol e sacudi-los com vontade. Depois de dúzias de espirros, voltaram a reinar na mesma fruteira da mesma mesa da mesma sala do mesmo apê. Aí dois dias depois aquilo me deprimiu. A solução acendeu como uma luz acima dos pompons (literalmente).


Tem esse lustre que nem gosto tanto, tenho esses pompons que gosto tanto. Fio de nylon, algo para prender e plim, eis meu novo lustre da mesa de jantar. A ascensão dos pompons depois de anos subutilizados e esquecidos em sacos dentro de caixas.

Como é bom voltar a fazer coisas para casa!






Everything starts in a sale of wool in a store close the bus stop, then I've started to make pom-poms. I did dozens of them, thinking about how they would become a beautiful rug. Soon, I get rid this idea, because my little dog Haroldo stared each pom-pom as a enemy that must to be exterminated, destroying up hours of hard labour in some seconds. The pom-poms was saved in a fruit bowl on the dinner table for months. Colours that I choose with care, pieces of wool messing up the room, scissors always close. Then I moved to Canada, and my pom-poms stayed. They are saved because I didn't have courage to throw them away. So fluffy, so beautiful, but with no function (and, is this not the case of the majority of fluffy and beautiful things?). We came back and among many boxes that we had leaved, among many stuff that we couldn't remember that we had had and many others that we prefer not to have anymore (that millions of bills and bank letters that we must to save for infinite years for nothing, for example), there was a bag, full of my dusty pom-poms. After leave them in the sun, vigorously shake them and sneeze a lot, they come back to live in the same fruit bowl of the same dinner table of the same room of the same apartment. After two days, that scene depressed me. The solution lights up as a lamp upon the pom-poms (literally). There is this lamp that it's not my favorite thing, I have these pom-poms, that I love: one plus one... I have a new pom-pom lamp to my dinner table! The ascension of  pom-poms after years of neglect on the tables and inside of bags and boxes.

It was so good return to make things for home!




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