13.7.12

post que não foi. mas está sendo.

Escrevi isso no final da gravidez. Fiquei de terminar, e como outras muitas coisas, não terminei. Mas acho que vale o post, mesmo atrasado. 
E agora relendo, continuo não entendendo o sentimento materno. Não vi nenhuma luzinha ligando magicamente. Mas não é que de alguma maneira ele apareceu? Que bobinha, querendo entender coisas inentendíveis, se me permitem criar um vocábulo. 
Tudo que escrevi aí é o que eu ainda quero e o que ainda penso. Mas agora não imagino mais, agora é REALIDADE. Enjoy.


Do filho que vou ter

39 semanas de gestação. Qualquer hora é hora... até a semana 41.
Então, aproveitando a espera, assim como a gente faz promessas de início de ano, paro tudo para refletir o que vai ser daqui para frente. Para pensar no futuro - até então em branco, como sempre.
Me perguntam sobre o parto, sobre o medo, sobre a ansiedade e o terror de imaginar o que desde sempre nos falam que é a pior dor do mundo. Nem penso nisso. Desde que o mundo é mundo tudo que é vivo nasce, seja de um jeito ou de outro, não é?
Penso mais sobre o que quero para meu filho. Me peguei algumas vezes olhando muleques no metro/rua/parque aprontando das deles, rindo uns dos outros, fazendo manhas ou olhando pela janela, imaginando que os parafusos são botões de comando. Imagino como se eles fossem meu filho. Imagino meu filho em todos os meninos que vejo por aí, e me pego pensando o que diria em cada situação.
Será que é isso o tal sentimento materno que dizem que magicamente é ligado quando você tem um filho? Nunca acreditei muito nessa 'mágica' que tanto falam.E agora quase pra ter meu próprio filho, ainda não acredito.
Acredito em senso de responsabilidade, em tentar fazer sempre o melhor e acima de tudo no amor, que ao meu ver, está sendo construído desde a descoberta da gravidez.
O problema maior é esse senso de responsabilidade: deixa tudo muito complicado. Por trás dele vou lidar com muita preocupação, tensão, ansiedade e por fim culpa - coisa de mulher, né..sentir culpa. Já tenho medo dos erros que vou cometer, dos traumas que vou implantar na cabecinha do meu filhote. Mas quer saber, já que a culpa vai ser minha, deixa as águas rolarem.
Daí eu penso no que gostaria que meu filho fosse (sem pressão, hein, Lucas): eu ficaria muito feliz se conseguisse fazer com que meu filho se tornasse gente boa. Desses que todos querem por perto, que é amigo, atencioso. Gostaria também que ele tivesse o menor preconceito possível em relação a qualquer coisa: fosse muito tolerante e respeitoso com as diferenças. Ao mesmo tempo, tivesse uma opinião. Fosse capaz de formular pensamentos e chegar a conclusões sozinho. Enfim, como disse: gente boa.

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