22.6.15


Um video de uma menina dançando Aretha Franklin viralizou na internet.
A menininha, em sua saia de tutu, rosa de bolinhas, paetês, brilhos e laços, acompanhada de duas amigas da mesma idade. Era uma apresentação de escola, parece.
O que se espera: timidez, movimentos ensaiados, rabo de olho na professora que sopra a coreografia.
O que se vê: uma menina cheia de poder, com controle de seus movimentos. Com voz nos seus movimentos.
As amigas do lado quase que não seguram o riso. De orgulho, dá para ver.  Um pouco de vergonha pelos aplausos também.
Uma menina que dá esperanças de um mundo no qual a pessoa se sinta forte. Sinta que pode. Que seja brava, e não perca a ternura. Mas que seja brava.
Uma menina. Uma menina!



R E S P E C T
Find out what it means to me





14.4.15

Bem-vinda, Richmond.


Março, 2015. Rumo ao norte. A outra América, que não a única, que não a nossa.Preconceitos sendo quebrados, um a um. Dos dois lados.

Richmond, estado da Virginia.
Primeiras impressões sobre a cidade: cor marrom, valorização de grafites, revitalização, lembranças da guerra que deu início à saga, a Civil, por todos os cantos.







As Primeiras impressões são as que ficam? Aposto que não: chegamos com o início da primavera. Estou vendo aos poucos as árvores florescerem, incluindo muitas cerejeiras - sempre as primeiras a acordarem em forma de flor no fim do inverno. Assim como as flores, a cada dia encontro um novo lugar, escondido entre os galpões das fábricas vazias e as casas centenárias. Um café, uma lojinha, uma livraria.  




Pois bem. Cá estamos. Bem-vinda, Richmond. Vou abrir um espacinho aqui na minha alma para vc. Cuide bem de mim.
 
 

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March, 2015. Head for north. The othem America, which one it's not the only, wich one it's note ours. Prejudice being broken, day a day. Both sides.
Richmond, VA. 
First impressions about the city: brownish, graffiti, revitalization, remembrance of the war that starts the saga, the Civil, everywhere. 
Are the first impressions lasting? I guess not: we arrived together with the spring time. Slowly, I'm seeing the trees bloom, including lot of cherry trees, the first one to wake up with the end of winter. As how the flowers, each day I found a new place, hiding between the old fabrics and centenary houses. A cafe, a little store, a bookstore.
Well, here we are. Welcome, Richmond, in my life. I'll open a space for you in my soul. Look after me, Richmond. 
 

1.12.14

Resgates



Oi bloguinho, que um dia fez tanto parte de minha vida. Gostoso voltar aqui e ver como eu era há alguns poucos anos atrás.
2013 eu nem vi passar. Tamanho o turbilhão de ter um filho e querer dedicar-me. Acho que nem existi em 2013, a não ser para o Lucas. Mas em 2014 foi diferente. Ano marcante. 
Meu menino já é um moleque. Em fase de dar tchau a tudo de bebê que restou. Joguei minha carreira para o espaço, mas segurando ela por uma linha branca no. 10 e torcendo para que o vento a mantenha por ali... longe, mas sob controle.
Desta forma, de vez em quando uso o computador profissionalmente. De resto, só para alimentar a alma. Como dinheiro é necessário, ainda trabalho. E ainda tento fazer o melhor de mim, não pelo dinheiro, mas pela satisfação.
Me reencontrei com a fotografia. Me reencontrei com os estudos. Relembrei como há coisas que não sei e gostaria de saber mais. E a cada dia que leio novas coisas, vejo que no fundo todas falam as mesmas coisas. Ou será que são meus olhos que as traduzem da mesma forma?
Acho que está na hora de retomá-lo, bloguinho..
Não senti saudades, seria mentira se eu dissesse isso. Mas de repente uma vontade enorme de escrever e mostrar me fez lembrar de você.
Por isso, vamos (re)começar?




12.6.14

19.5.13

o último ano, ou o primeiro ano.

O blog foi abandonado. Literalmente. Como quase tudo neste último ano.
Não sei se acontece com todo mundo, mas comigo aconteceu. Virei mãe, mas mães existem em suas mais variadas formas. A mãe que virei é uma que mergulha de cabeça, em um lago que não dá pé. Talvez no mar. E aí, depois de mergulhar de cabeça, solta todo ar que tem e fica lá embaixo, curtindo o não-peso, afundada e flutuando, ao mesmo tempo, sem encostar no chão, sem sair da água.
No fundo sou assim em tudo que faço, e com tudo que tenho, mas ao me tornar mãe essa percepção se tornou maior, porque foi impossível conseguir fazer outra coisa além.
Às vezes sentia falta do ar. E então tentava me debater, e voltar a tona. Mas na primeira respirada, já me vinha o ímpeto de me deixar afundar novamente, e lá eu ia.
E se foi esse ano. De muito amor, aprendizado, brincadeiras e obrigações. Um ano corrido, exaustivo, revelador. E agora me vejo voltando. Me obrigo a voltar. Besteira minha, por um lado eu penso ( o lado que gosta do não peso do fundo), no final as coisas se encaminham. Mas penso também no futuro, e em mim, em quem fui e em quem sou. Duas pessoas diferentes e que precisam conviver para sempre aqui mesmo, em mim. Ah, quanto que já ouvi falar nisso. Quanto falei que comigo não aconteceria...
O apego, coisa que não tenho por nada, resolveu ele me pegar. E me pegou de jeito. Agora não largo.
Estou vontando a tona, mas com meu bebê nos braços. Outro nascimento. Outro parto. Ele também vai ter um longo caminho de aprendizagem da vida pela frente. Amanhã começa a escolinha. E algum tempo depois eu a trabalhar. E pensar em tudo que vou perder. E pensar em tudo que tenho a ganhar. E pensar que tudo é questão de escolha. E pensar que quase ninguém pensa assim.

Mais uma noite, no fundo sem dar pé, solta na água, flutuando e imersa, com pensamentos a mil e com o coração preenchido e calmo. Lembrando de tudo que vivi, de tudo que aprendi, de tudo que vi neste último ano, neste primeiro ano. E pensando em tudo que está por vir.

Obrigada, Marcelo, pela oportunidade de eu passar um ano inteirinho com nosso filho, exclusivamente com ele. Eu sei o quanto sou privilegiada e eu sei tudo o que ganhei com isso.

Próximos anos virão, com outras histórias tão lindas como a deste último ano.



4.12.12

plim!


Tudo começou em uma liquidação de lãs de uma loja em frente ao ponto de ônibus, e então há alguns anos atrás comecei a fazer pompons de lã. Fiz dezenas deles, pensando em transformá-los em um tapete. Logo a idéia foi totalmente abolida, ao ver que meu cãozinho Haroldo via cada pompom como um inimigo a ser estraçalhado, estragando horas de trabalho em alguns segundos. Os pompons foram ficando em uma fruteira, em cima da mesa, por meses. Cores que escolhi a dedo, retalhos de lã pela casa, tesouras sempre a mão. Daí fui embora para o Canadá, e os pompons ficaram. Foram guardados, por falta de coragem de jogar fora. Tão fofos, tão lindos, mesmo sem serventia nenhuma (e não são assim as coisas mais fofas e lindas?). Voltamos e no meio de tantas caixas deixadas, de tantas coisas que nem lembrávamos que tínhamos e muitas outras que preferia nem ter mais (tipo aquelas cartas de contas que temos que guardar por infinitos anos para nada), estava lá um saco, cheio dos meus pompons empoeirados. Toma deixá-los no sol e sacudi-los com vontade. Depois de dúzias de espirros, voltaram a reinar na mesma fruteira da mesma mesa da mesma sala do mesmo apê. Aí dois dias depois aquilo me deprimiu. A solução acendeu como uma luz acima dos pompons (literalmente).


Tem esse lustre que nem gosto tanto, tenho esses pompons que gosto tanto. Fio de nylon, algo para prender e plim, eis meu novo lustre da mesa de jantar. A ascensão dos pompons depois de anos subutilizados e esquecidos em sacos dentro de caixas.

Como é bom voltar a fazer coisas para casa!






Everything starts in a sale of wool in a store close the bus stop, then I've started to make pom-poms. I did dozens of them, thinking about how they would become a beautiful rug. Soon, I get rid this idea, because my little dog Haroldo stared each pom-pom as a enemy that must to be exterminated, destroying up hours of hard labour in some seconds. The pom-poms was saved in a fruit bowl on the dinner table for months. Colours that I choose with care, pieces of wool messing up the room, scissors always close. Then I moved to Canada, and my pom-poms stayed. They are saved because I didn't have courage to throw them away. So fluffy, so beautiful, but with no function (and, is this not the case of the majority of fluffy and beautiful things?). We came back and among many boxes that we had leaved, among many stuff that we couldn't remember that we had had and many others that we prefer not to have anymore (that millions of bills and bank letters that we must to save for infinite years for nothing, for example), there was a bag, full of my dusty pom-poms. After leave them in the sun, vigorously shake them and sneeze a lot, they come back to live in the same fruit bowl of the same dinner table of the same room of the same apartment. After two days, that scene depressed me. The solution lights up as a lamp upon the pom-poms (literally). There is this lamp that it's not my favorite thing, I have these pom-poms, that I love: one plus one... I have a new pom-pom lamp to my dinner table! The ascension of  pom-poms after years of neglect on the tables and inside of bags and boxes.

It was so good return to make things for home!




8.11.12

Primavera entre carros / Spring among cars



Cidade / City


São Paulo está doente. E eu me preocupo, porque essa é a cidade que eu amo.

São Paulo is sick. And I'm worried about it, because this is the city that I love.