19.12.11

Esse ano...

Esse ano foi compriiiido, parece que foi pelo menos uns três anos.
No começo do ano passado fiquei 15 dias no Brasil com a família. Lembro de estar preocupada com minha avó, de ter visto amigas queridas, de ter dormido com meu cachorro, de ter tirado fotos do quintal da casa da minha mãe - que era o quintal da casa da mãe dela, e que sempre foi tão presente na minha infância. Lembro de ter passado alguns dias com meu pai, meus irmãos. Pareceu mais do que 15 dias, e dali a pouco eu já estava acostumada de novo com as ladeiras da Casa Verde.
Voltei para o Canadá no meio de Janeiro e me veio uma sensação boa de estar em casa. Logo que cheguei, 6 da manhã o Marcelo estava dormindo, mas tinha deixado um bilhetinho no meu travesseiro com um bombom. Lembro de ter dormido abraçada com ele até a hora dele ir trabalhar. Estava bem frio, e nevava.
E mais uns 15/20 dias e estaríamos em Cuba. A viagem que sempre sonhamos em fazer juntos, desde a faculdade. E assim fomos. Havana e Cayo Coco. De Havana o que guardo de melhor são os cubanos. E a comida da Melba, a dona da casa que ficamos. De Cayo Coco guardo a Playa de Pilar - o lugar mais lindo que já fui. E o dia chuvoso que nos fez ficar assistindo a HBO no quarto. Nesse dia vimos dois documentários que mudaram nossas vidas, que nos fizeram começar a pensar em algo. Fim do primeiro ano.
Voltamos no final de fevereiro - eu feliz da vida, achando que em março o inverno já era. Não.
O inverno entrou Março, Abril. Persistiu em um maio chuvoso, e eu já estava desistindo que um dia a grama voltaria a ser verde. Nesse tempo de frio comecei a trabalhar em casa com alguns freelances canadenses, que com certeza me ajudaram muito a usar a cabeça para coisas úteis. Aí chegou a primavera. Fria e chuvosa no começo, verde e fresca no final.
Junho foi o mês das dúvidas, da insegurança. Em junho fiz 31 anos. E pela primeira vez não passei meu aniversário com minha família, com meu irmão, que faz aniversário perto. Pela primeira vez o parabéns foi só pra mim. E só cantado pelo Marcelo e pela Yuri - via skype. Foi um aniversário triste, mas foi também um aniversário transformador: eu estava com duas pessoas muito importantes para mim, eu estava com dois amigos dos mais especiais. Claro que recebi parabéns via skype de toda família, de vários amigos queridos. Mas na hora do parabéns estavam lá Marcelo e Yuri. Foi um daqueles momentos que talvez é mais importante para a gente do que para quem participou deles. Daqueles que a gente nunca esquece, mesmo que todo o mundo não tenha nem notado o acontecido.
No mesmo dia conheci a Rebecca. Professora de inglês do Marcelo. Eu precisava voltar a estudar, e ele me convenceu que o melhor para mim era ter aulas particulares. Início do meu terceiro ano dentro desse ano!
A Rebecca é dessas pessoas iluminadas, que sabem falar de tudo, que se interessam por outras pessoas - de verdade. Olhando agora e vendo que fiz apenas 6 meses de aulas eu vejo o quanto ela me ajudou - e essa ajuda ultrapassou a barreira da língua. Pareceu-me 5 anos de convivência. Fez Toronto valer a pena!
Daí tivemos Julho e o verãozão que poucos sabem que existe no Canadá chegou com tudo. Com ele veio meus sogros e minha cunhada. E nesta época eu estava cheia de trabalho, o que me deixava bem chateada, por não poder aproveitar o calor, sair por aí, mostrar toda a cidade para eles. Eu tentei...
Fim de Julho, os sogros vão, mas a cunhada fica - quer aprender inglês. Acho que acabou aprendendo mais coisas - como qualquer um que se aventura a viver fora. Me fez companhia. E trouxe muita sorte para a gente. A Suélen é um tipo de pé-de-coelho.
Agosto fizemos 12 anos de namoro. Namoro, sim. Não sou casada - e nunca vou ser. Sou namorada, dessas que dorme abraçada e fala imitando criança. Eu sei, é bem bobo. Não tenho culpa de estar apaixonada pela mesma pessoa há 12 anos. Fomos no meu restaurante predileto, comi meu prato predileto, com direito a vinho e sobremesa. Agosto foi o mês que engravidei.
Setembro o mês que descobri. E logo depois fui para Montreal - viagem que fiz questão de estragar com meus hormônios a flor da pele e toda insegurança de estar grávida em um lugar longe, sozinha, sem falar a língua completamente. Acho que o Marcelo pensou: essa gravidez vai ser looooonga. Foi nada.
Em Montreal o Marcelo descobriu o gosto por fazer filmes. E eu o desconforto de encarar câmeras. Estamos trabalhando isso.
Passei setembro dormindo. Mas acordei em Outubro novinha em folha. E aí tive insônia.
Novembro chegou trazendo a Anita e o Thompson para cá. Incrível como tem gente que parece que é de casa. Por mim eles ficavam para sempre. Fomos para New York em plena Black Friday - para meu desespero e para deleite da Anita. Como boa amiga aguentei firme toda a maratona de compras. Marcelo comprou coisas lindas. Anita tb. De NY eu guardo o dia que passamos com a Paulinha e o Luquinhas no Brooklin. Amigos, restaurante, parque, conversas, café... não precisa muito pra ser feliz.
Meu umbigo começou a doer, e Anita e Thompson foram embora. Ficamos eu e o Marcelo - e um bebê que começou a mexer - bem pouco pro meu gosto. Por mim ele ficava pulando dentro da barriga - em horário comercial pelo menos. Mas não. Ele mexe pouco e eu sinto mais de madrugada, nas ainda presentes noites de insônia.
Agora Dezembro. Marcelo está feliz, novas perspectivas. Eu estou feliz, com velhos pensamentos. Daqui a pouco o ano acaba. Esse natal reveillon vai ser como todo o ano: todo diferente do resto da minha vida. E o novo ano começa para mim um dia aqui, outro no Brasil. Dia 01 estou voltando, para ficar 3 semanas.
2011 foi um ano realmente memorável, e só tenho a agradecer todos que fizeram parte dele. Colhi rosas e espinhos. Entre as rosas, que julgo muito mais importantes que os poucos espinhos, gostaria de destacar a cura de minha avó, a nova casa que minha mãe está morando, a minha evolução no inglês, meus amigos queridos e principalmente a minha gravidez. Isso sim, é um ano para se guardar.

E que venha 2012, e nossos muitos planos!

12.12.11

Para a cunhada - For the sister-in-law

Cachecol para a cunhada, que tanta companhia tem me feito esses últimos meses.
E feito a quatro mãos, já que a Anita fez mais da metade enquanto passava as férias aqui. Aliás, outra ótima companhia neste último mês e que já deixou muiiiita saudades.
Mesmo eu sendo canhota, e ela destra, não é que deu certo?